Em: Resistir.info
De: Eugénio Rosa
Apesar dos lucros da GALP terem aumentado 71% em 2007, os impostos a pagar ao Estado por esses lucros diminuíram. De acordo com dados constantes da pág. 8 do relatório da empresa – "Resultados no 1º semestre de 2007" – que está disponível no seu sítio web, o IRC a pagar pela GALP, referente aos lucros do 1º semestre de 2007, é inferior ao de idêntico período de 2006 em 12%, pois passou de 120 milhões de euros para 112 milhões de euros. Portanto, o aumento de lucros da GALP foi conseguido também através da redução das receitas do Estado, pois esta empresa vai pagar em 2007 menos 14 milhões de euros de imposto devido aos elevados benefícios fiscais que continua a gozar, o que prova que o compromisso de Sócrates e do seu ministro das Finanças de que iriam acabar os privilégios fiscais não foi efectivado. Para além disso, e contrariamente ao argumento que as empresas utilizam para justificar o aumento dos preços dos combustíveis em Portugal, o preço médio do barril de petróleo no 1º semestre de 2007 foi inferior ao registado no 1º semestre de 2006. De acordo com dados da Direcção Geral de Energia e também da própria GALP, entre o 1º semestre de 2006 e o 1º semestre de 2007, o preço médio do barril de petróleo desceu, em dólares, -3,7% e, em euros, -11%. Enquanto o preço do barril de petróleo diminuiu, os preços dos combustíveis pagos pelos consumidores portugueses, aumentaram ou praticamente mantiveram-se. Assim, entre o 1º semestre de 2006 e o 1º semestre de 2007, o preço por litro da gasolina sem chumbo 95 aumentou em 1,37%; da gasolina sem chumbo 98 subiu 2,3%; e da gasolina sem chumbo 98 aditivada cresceu em 1,18%. Apenas, o preço do litro do gasóleo manteve-se praticamente, pois teve uma pequena descida de apenas 0,82%, portanto nem desceu 1%. E entre Janeiro e Junho de 2007, os preços dos combustíveis aumentaram em Portugal entre 6,8% e 11,6%. Diminuindo o preço do barril de petróleo, em euros, em cerca de -11%, e aumentando os preços dos combustíveis, e sendo os salários pagos pela GALP pouco mais de metade dos salário médios da UE, era inevitável que os lucros da empresa disparassem como efectivamente sucedeu.
quinta-feira, 20 de setembro de 2007
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